quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

   Meu coração é nômade, porque foi expulso de casa, com as malas jogadas pela janela, e sem ao menos um adeus. Vive vagando por aí, amando livremente, mesmo quando não recebe simpatia recíproca. Peço desculpas a você, caro leitor, por este profundo lamento, é que hoje descobri que a casa que morei pode ser a qualquer momento alugada, vendida ou destruída. Ficarei sem meu porto seguro, tão importante para todas as vezes que me sentir perdida. E agora? De nômade aventureira posso me tornar mendiga, ignorada, esquecida para sempre. Serei um vaso velho, empoeirado, num canto do móvel.
   Se um dia eu perder minha casa, para onde irei? O que farei? Talvez eu possa achar uma casa maior, e ser bem recebida. Mesmo assim, talvez eu possa não me sentir bem na nova casa, por mais que ela seja acolhedora.
   Neste momento estou na rua, sem saber se mando um e-mail, um telefonema, se poderei se recebida novamente no meu aconchegante lar. Espero que essa situação não demore muito tempo, pois está muito frio aqui fora.

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